A nova mentalidade do varejo
A mentalidade do varejo mudou e isso ninguém questiona. Todos os dias, diferentes iniciativas surgem com o objetivo de garantir a relevância das marcas junto aos seus consumidores.
Uma dessas iniciativas me chamou bastante atenção. A Lowe’s, segunda maior rede de home centers dos Estados Unidos com 2 mil lojas, acaba de lançar o projeto chamado Geração T, com o objetivo de construir sua futura base de clientes por meio da capacitação profissional.
Em parceria com a indústria e com a comunidade local, por meio das escolas, a Lowe’s aposta na formação de jovens estudantes, abrindo novas perspectivas além do ensino universitário, mas com grandes chances de construir uma carreira de sucesso em áreas como carpintaria, hidráulica, instalação de acabamentos. De olho nos empreiteiros americanos que necessitam de mão-de-obra qualificada e formam a sua principal base de clientes, a Lowe’s acredita que esse esforço trará de volta muitas vendas e, certamente, um público fiel à marca.
A beleza da iniciativa, além, obviamente, do valor social, é a visão no longo prazo, algo pouco comum para a maioria das marcas varejistas. As preocupações, em geral, concentram-se no mês vigente e ano corrente, com esforços dedicados à guerra de preços. Iniciativas como essa, mudam radicalmente a perspectiva das empresas sobre a perenidade dos seus negócios. O que estamos fazendo hoje que garantirá o sucesso no futuro?
Há alguns anos a Nike inciou projeto similar com as community stores, espaço voltado para a inclusão esportiva de crianças e jovens de regiões menos favorecidas de Los Angeles. O projeto já expandiu e ganhou as ruas do Brooklin também. Temos visto as marcas assumindo um papel que até então era de responsabilidade do poder público, das ONGs ou da igreja. Essas instituições, contudo, têm se enfraquecido, abrindo espaço e oportunidades para o setor privado.
E o nosso varejo brasileiro? O que estamos fazendo para mudar a realidade das novas gerações? Como as lojas podem se conectar mais profundamente com as comunidades? Quando todos ganham, temos uma sociedade, de fato, mais justa.
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